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Como funciona o transplante hepático?

09/11/2022

O transplante hepático é o procedimento cirúrgico que remove um fígado doente e o substitui por um sadio. Esse é o segundo tipo mais comum de transplante de órgãos realizado no país, atrás apenas do transplante renal.

Essa cirurgia foi feita pela primeira vez em 1963, em uma criança que sofria com atresia de vias biliares extra-hepáticas. Desde lá, o procedimento evoluiu muito e hoje conta com tecnologias de ponta para dar a oportunidade de uma vida saudável para as pessoas que necessitam de um novo fígado.

Existem diversas doenças que podem levar à necessidade de um transplante. Em adultos, a razão mais comum é a cirrose, onde há a destruição das células hepáticas normais e sua substituição por tecido fibroso. Em crianças, o motivo mais frequente é a atresia biliar (doença que sofria a primeira criança transplantada), onde os ductos biliares, que levam a bile do fígado ao duodeno, estão danificados ou ausentes. A obstrução do fluxo da bile causa o acúmulo dessa substância no fígado, o que pode levar ao desenvolvimento de cirrose.

A doação do fígado inteiro só pode ser feita por uma pessoa com morte cerebral declarada, em que o coração continua a bater (também é possível utilizar o fígado de pessoas  com morte cerebral declarada sem batimentos do coração. Porém, nesses casos, é frequente que o fígado fique danificado por não receber sangue). Pessoas vivas podem doar parte do fígado.

Nem todas as pessoas com problemas no fígado podem receber um transplante. Não são indicados para o procedimento pacientes que: possuam câncer em alguma outra parte do corpo, tenham doenças sérias do coração, pulmões ou nos nervos, estejam em fase ativa de abuso de álcool e drogas, sofram com infecção ativa importante e/ou que tenham falta de capacidade de seguir instruções médicas.
Ao receber o diagnóstico para a cirurgia, o médico especialista irá indicar que o paciente procure uma unidade de transplante hepático, composta por cirurgião, clínico hepatologista, enfermeiras, nutricionistas, psicólogas e fisioterapeutas. A equipe irá avaliar o procedimento e fará exames gerais para decidir sobre a indicação do transplante e se a cirurgia poderá ser feita com segurança.

A fila para receber um transplante de fígado é grande. Por isso, muitas pessoas morrem sem conseguir receber o órgão. O tempo de espera varia de estado para estado. Para ter uma ideia das perspectivas em seu local, ligue para a Secretaria de Saúde.

Entre as pessoas que passam pela cirurgia, a porcentagem de sobrevivência é grande: No primeiro ano, de 86 a 90% dos transplantados sobrevivem; nos três primeiros anos, cerca de 79%, e após 5 anos, 73% continuam vivendo.

Para receber o órgão, características como tipo sanguíneo e tamanho do coração são analisados e precisam ser iguais entre receptor e doador. Além disso, a lista de espera utiliza um índice baseado na gravidade da doença, conhecido como MELD (Model for End-Stage Liver Disease) para adultos e  PELD (Pediatric End-Stage Liver Disease) para menores de 18 anos.

A cirurgia para receber o novo fígado pode levar de 4 a 14 horas. Durante o procedimento, enquanto o fígado é removido do paciente doente, o fígado “novo” é preparado. Na cirurgia, o médico desconecta o fígado doente dos ductos biliares e vasos sanguíneos antes de removê-lo do corpo. Nesse momento, o sangue que flui para o fígado é bloqueado ou mandado para uma máquina que o faz retornar ao resto do corpo. Depois, o cirurgião coloca o fígado sadio no lugar e conecta os ductos biliares e vasos sanguíneos. A partir disso, o sangue passa a circular no novo fígado.

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Fonte: Esadi, Manual MSD, Hospital Sírio-Líbanês

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