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Elastrografia Hepática (FibroScan)

09/09/2022

A fibrose hepática é o processo de cicatrização que representa a resposta hepática a lesões. Da mesma forma que a pele e outros órgãos cicatrizam suas feridas através da deposição do colágeno e outros constituintes da matriz extracelular, o fígado repara as lesões por meio da deposição de mais colágeno.

Todas as doenças hepáticas crônicas podem levar à fibrose. Ao longo de muitos anos, as principais causas desse tipo de enfermidade foram a hepatite B viral e crônica e a doença hepática alcoólica. Ao longo das últimas décadas, outras duas doenças passaram a representar um importante impacto na incidência de doenças hepáticas crônicas: a Hepatite C crônica e a doença hepática adiposa não alcoólica.

No mundo desenvolvido, com o rápido aumento da taxa de obesidade, a doença hepática adiposa não alcoólica representa uma importante causa de fibrose. Embora pareça que apenas uma minoria de pacientes com essa condição (talvez 20%) desenvolvam uma fibrose significativa, devido à vasta prevalência da população em risco devido ao excesso de peso, a a doença hepática não alcoólica poderá dar lugar a uma epidemia de fibrose hepática em um futuro próximo.

A Elastrografia Hepática (FibroScan) é uma técnica indolor e não invasiva capaz de avaliar o grau de rigidez do fígado, sem riscos ou complicações. Ela utiliza ondas elásticas de cisalhamento e ultrassons de baixa frequência, propagadas através da pele e do tecido subcutâneo até o fígado. A velocidade da onda de cisalhamento está diretamente relacionada a elasticidade do tecido do fígado. Ou seja, quanto mais endurecido o tecido, mais rápida é a propagação das vibrações do FibroScan®. Assim, quanto maior o resultado de ondas, maior o grau de fibrose hepática.

Por não ser invasivo, ter o resultado imediato e conseguir abranger mais a superfície do fígado que uma biópsia, o exame permite verificar a evolução da saúde do órgão com maior confiabilidade. O exame colabora para o diagnóstico e quantificação de diferentes etiologias de fibrose hepática, tais como:

– Por uso abusivo de bebidas alcoólicas (cirrose);
– Diferentes tipos de hepatites: Hepatites B e C crônicas, hepatite autoimune, hepatite medicamentosa;
_ Doença gordurosa não alcoólica do fígado (esteatoepatite);
– Cirrose biliar primária;
– Colangite esclerosante primária;
– Doença de Wilson;
– Hemocromatose.

Para o correto diagnóstico e encaminhamento de exames, a consulta médica com um especialista é essencial. Converse com seu gastroenterologista e tire todas as suas dúvidas.

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