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Hemocromatose: quando o ferro faz mal ao organismo

05/08/2022

Uma das condições mais comuns derivantes do excesso de concentração de ferro no corpo humano é a hemocromatose. De modo geral, o ferro é um nutriente essencial encontrado em diversos alimentos, como carnes vermelhas e em alguns cereais. A ação benéfica do ferro é se tornar parte da hemoglobina, molécula presente nas células vermelhas do sangue e que colabora no transporte de oxigênio pelo corpo.

Uma pessoa saudável absorve cerca de 10% do ferro contido em sua alimentação para as necessidades do organismo. No entanto, em um paciente com hemocromatose, o corpo passa a absorver e armazenar mais ferro no interior dos órgãos do que realmente necessita, podendo gerar insuficiência em órgãos. Uma das principais causas dessa enfermidade é decorrente de defeito genético, principalmente em um gene chamado HFE, localizado no cromossomo 6. Esse defeito impacta negativamente a ação de um hormônio chamado hepcidina, responsável por regular a entrada de ferro no organismo.

A hemocromatose costuma se manifestar principalmente em indivíduos de etnia branca (caucasianos), sendo que os homens têm maiores chances de serem diagnosticados como portadores da doença. Nos homens, os sintomas geralmente se manifestam entre os 30 e os 50 anos, já nas mulheres, normalmente afeta acima dos 50 anos.

A principal queixa dos pacientes costuma ser a dor nas juntas. Outros sintomas que também se manifestam são: fadiga, cansaço, dor abdominal, perda do apetite sexual, problemas cardíacos.

Nos casos em que há o agravamento da doença, especialmente por não ter sido tratada precocemente, os sintomas se agravam. O acúmulo de ferro é extremamente tóxico, e aí começam a aparecer problemas como:

- artrite;
- doença hepática, como inflamação, cirrose e insuficiência hepática;
- danos no pâncreas, originando diabetes;
- anormalidades cardíacas, como arritmias e insuficiência cardíaca;
- impotência;
- pigmentação anormal da pele, com tom acinzentado ou cor de bronze;
- problemas de tireoide e danos à glândula suprarrenal.

Como outras condições podem apresentar sintomas semelhantes, é necessário que exames físicos e de sangue sejam realizados. Também é fundamental uma verificação do histórico familiar. Os exames de sangue de rotina podem determinar se a quantidade de ferro está alta. Dependendo dos resultados, exames mais específicos podem ser feitos para detectar a mutação do gene HFE. Biópsia hepática e ressonância magnética também podem ser solicitados.

Para o correto diagnóstico, a consulta médica com um especialista é essencial. Converse com seu gastroenterologista e tire todas as suas dúvidas.

FONTE: Esadi; INGOH; Hospital Albert Einstein; MSD Manuals.

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