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Pancreatite: o que você precisa saber

09/06/2023

A pancreatite aguda é uma doença inflamatória que ocorre no pâncreas. Na maioria dos casos apresenta um curso leve que se resolve com medidas clínicas, quando diagnosticada precocemente. Entretanto 20-30% dos pacientes pode evoluir com pancreatite aguda grave com presença de necrose pancreática e infecção, sendo um quadro potencialmente muito grave.

A inflamação aguda do pâncreas ocorre devido à autodigestão do órgão causada pela ação das próprias enzimas pancreáticas.
Normalmente, as enzimas digestivas secretadas pelo pâncreas não se tornam ativas até atingirem o intestino delgado. Mas quando o pâncreas está inflamado, as enzimas no seu interior atacam e danificam os tecidos que as produzem. Essa ação pode ser silenciosa até um momento mais crítico, e pode ser confundida com outros problemas de saúde, devido à semelhança dos sintomas. Por isso, torna-se uma doença com alta mortalidade (10 a 15%).

No Brasil, a incidência média de pancreatite aguda é de 19 casos por 100 mil pessoas ao ano.

As causas mais comuns de Pancreatite aguda são os cálculos biliares e o álcool, que juntos representam 80% dos casos. Como a vesícula biliar e o pâncreas compartilham o mesmo ducto de drenagem, os cálculos biliares que se alojam nesse ducto podem impedir o fluxo normal das enzimas pancreáticas e desencadear a pancreatite aguda.

Os sintomas mais comuns da pancreatite aguda são:
- Dor abdominal localizada principalmente no andar superior do abdome, em faixa, irradiada para as costas;
– Náuseas e vômitos;
– Febre;
– Pulso rápido.

A doença varia em severidade e os sinais clínicos presentes podem variar desde febre, desidratação, pulso rápido até pressão arterial baixa (hipotensão), choque e coma.

A pancreatite aguda pode variar de uma doença leve e autolimitada até uma doença grave com complicações potencialmente fatais. O paciente com pancreatite aguda deve ser hospitalizado e nos casos de pancreatite aguda grave, o tratamento e suporte devem ser realizados em uma unidade de terapia intensiva (UTI).


Já na pancreatite crônica ocorre uma inflamação crônica e contínua do pâncreas que leva a lesões permanentes. Sua causa mais comum é o consumo constante e exagerado de álcool por muitos anos. Mas também pode ser causada pelo tabagismo, episódios recorrentes de pancreatite aguda, alterações metabólicas (triglicerídeos elevados, cálcio elevado), medicações, pancreatite autoimune ou alterações genéticas, como fibrose cística.

A maioria das pessoas com pancreatite crônica apresenta dor no abdome superior, embora algumas pessoas possam não ter nenhuma dor. Quando há a presença de dor, ela pode irradiar para as costas, piorar com a alimentação e tornar-se constante e incapacitante. Outros sintomas comuns são:
– Náuseas;
– Vômitos;
– Perda de peso;
– Diarreia;
– Fezes gordurosas;

Frequentemente, pacientes com pancreatite crônica desenvolvem deficiências de vitaminas, em particular da vitamina D, o que aumenta o risco de doenças ósseas metabólicas como osteopenia e osteoporose.

A pancreatite crônica está associada a uma variedade de complicações, dentre elas diabetes, má digestão e risco aumentado de neoplasia.

Na pancreatite aguda e na pancreatite crônica o médico realizará uma minuciosa busca no histórico clínico e exame físico. Exames de laboratório podem ajudar a saber se o pâncreas ainda está produzindo enzimas digestivas suficientes.

Além disso os exames de imagem, por exemplo radiografia do abdome, ultrassom, tomografia, ressonância de abdome com colangioressonância e ultrassom endoscopico, permitem a chegada ao diagnóstico.

Para o correto diagnóstico, a consulta médica com um especialista é essencial. Converse com seu gastroenterologista e tire todas as suas dúvidas.

Somos especializados na realização de exames e procedimentos do aparelho digestivo. Conheça mais sobre nosso trabalho no site da bio.

FONTE: SANTOS et. al.; GUIMARÃES FILHO et. al.; CBDC; Esadi.

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